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Fuga aconteceu no dia 14 de fevereiro e é a primeira registrada no sistema prisional federal
O nono dia de buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró terá o reforço de 100 agentes da Força Nacional, que têm previsão de chegar nesta quinta-feira (22) ao Rio Grande do Norte. Deibson Nascimento e Rogério Mendonça fugiram no dia 14 de fevereiro do presídio.
Os agentes da Força Nacional viajaram para Mossoró em 22 viaturas e um ônibus, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Eles se juntam a mais de 500 agentes de segurança, entre policiais militares, civis, federais e rodoviários federais que estão nas operações de captura.
O envio da Força Nacional foi autorizado na quarta-feira pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Enquanto as operações durarem, as equipes vão ficar alojadas na Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa).
As buscas acontecem, principalmente, em Mossoró e também em Baraúna, onde nesta quarta-feira (21) houve um cerco em uma operação policial. Nenhum detalhe da ação foi divulgado.
As duas cidades são ligadas pela RN-015, estrada onde fica a Penitenciária Federal de Mossoró. A força-tarefa trabalha com a hipótese de que os fugitivos permanecem em uma região próxima à unidade prisional.
A operação conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados.
As zonas rurais e áreas de mata são focos de buscas, mas os trabalhos são dificultados pelas pelas características naturais da caatinga, o bioma da região. Os agentes enfrentam situações como mata fechada, grutas, animais peçonhentos como cobras, aranhas e escorpiões, forte insolação, calor e a época de chuva na região.
Força Nacional Penal e câmeras em agentes
Nesta quarta-feira (21), o Ministério da Justiça também autorizou o uso da Força Penal Nacional para o reforço da segurança externa da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Esse grupo reúne profissionais penais de referência nos estados e vai atuar durante 60 dias em Mossoró, além de fazer um treinamento de segurança com os agentes.
A Defensoria Pública da União (DPU) também recomendou que os policiais usem câmeras corporais nas buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró. O documento também pede a realização de exame de corpo de delito e audiência de custódia imediatamente após a recaptura.
Fuga e pistas dos foragidos
A fuga de Rogério Nascimento, 35 anos, e Deibson Mendonça, 33, aconteceu no dia 14 de fevereiro e foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal desde a criação em 2006.
A última vez que os fugitivos foram vistos foi na noite de sexta (16), quando invadiram uma casa na zona rural de Mossoró, fizeram os moradores reféns e fugiram levando comida, água e dois celulares, que tiveram os sinais captados próximo à divisa com o Ceará. A casa fica a cerca de 3 quilômetros da penitenciária.
Uma residência, distante cerca de 7 quilômetros da penitenciária, também foi arrombada por eles, segundo os investigdores na noite do próprio dia 14 de fevereiro.
Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos - três deles decapitados.
Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, é acusado de assaltos no Acre, Já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.
Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
Já Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.
G1 RN.
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