Dados mostram também que o Estado deve registrar queda na área plantada de 13,6% e um aumento de 6% na produtividade

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Foto: Magnus Nascimento.

O Rio Grande do Norte deve colher 59,8 mil toneladas de grãos na safra 2023/24, o que representa um aumento de 6,8% em relação à temporada anterior, conforme estimativa do 9º Boletim da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse é o melhor cenário da agricultura potiguar desde a safra 2019/20, quando o Estado colheu 63,6 mil toneladas de grãos. Os dados mostram também que o Estado deve registrar queda na área plantada de 13,6% e um aumento de 6% na produtividade, com destaque para o cultivo de milho, algodão e sorgo.

O “bom inverno” com chuvas de até 150 mm foram determinantes para o ciclo positivo. Principal cultura do Estado, o milho deve ter um aumento de 30,6% com uma produção de 8,5 mil toneladas a mais do que na safra passada, passando de 27,8 mil toneladas para 36,3 mil toneladas do cereal. A perspectiva do sorgo é de que a produção mais que dobre, ultrapassando as 300 toneladas da safra passada para 700 toneladas neste ano, um aumento de 133%. Ainda segundo o levantamento, a pluma do algodão deve dobrar e chegar a 1 mil toneladas.

O secretário de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), Guilherme Saldanha, diz que as fortes chuvas que caíram no Estado tiveram grande influência nos resultados. “Ano passado nós já tivemos um bom inverno, mas neste ano foi espetacular. Muitas lavouras produzindo, nós também temos um programa de distribuição de sementes que também contribuiu com isso e isso é muito bom. Sinal que o Estado está produzindo muito bem”, afirma.

Saldanha também pontua que a estimativa de aumento na safra de grãos tem impacto em toda a cadeia do Rio Grande do Norte. “A produção fortalece a agricultura, mas tem uma coisa muito interessante porque o RN é um grande comprador de grãos tanto para alimentação humana quanto para animal. Na medida que o Estado produz bem, você também melhora o custo da comida da população, que se alimenta de milho e feijão, mas também os animais. O leite, por exemplo, fica mais barato porque o farelo de milho vai ter mais oferta”, destaca.

As informações da safra 2023/24, neste 9º levantamento da Conab, demonstram os resultados obtidos ao longo da safra, com a quase finalização da colheita da soja, do algodão e do milho (2ª safra). Para as culturas em que o plantio está em fase inicial, como o milho (3ª safra) e as culturas de inverno, a Conab utiliza estimativas geradas por modelos estatísticos, analisadas com base em previsões climáticas, pacotes tecnológicos, características e época de cultivo. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) faz o levantamento da safra brasileira desde 1976/77.

Safra de cereais cresceu 16,6% em 2024

Dados consolidados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, considerando somente os resultados da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas, até maio de 2024, o Rio Grande do Norte teve um crescimento de 16,6% em comparação aos números de 2023 no mesmo período de tempo. Em números absolutos foram 44,1 mil toneladas neste ano ante 37,8 mil toneladas nos cinco primeiros meses do ano passado. Destaque para o feijão que registrou crescimento de 40%, o arroz com 79,9% e o milho com aumento de 10%.

Safra nacional de grãos deve cair 7%

Embora a estimativa para agricultura potiguar seja positiva, a produção nacional de grãos no ciclo 2023/2024 está estimada em 297,54 milhões de toneladas. O volume é 7% menor do que o obtido na temporada anterior e representa menos 22,27 milhões de toneladas a serem colhidas. A quebra é resultado das condições climáticas adversas que influenciaram as principais regiões produtoras do país. As informações são da Conab.

Já os cultivos de 2ª safra, que tiveram a colheita iniciada, têm apresentado melhores produtividades e, ao se comparar a estimativa divulgada na última quinta-feira (13), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é verificado um aumento de 2,1 milhões de toneladas, com destaque para milho, algodão em pluma e feijão.

Principal cultura da 2ª safra, o milho tem uma estimativa de produção de 88,12 milhões de toneladas. A colheita do produto neste ciclo atinge cerca de 7,5% da área semeada, conforme indica o Progresso de Safra divulgado nesta semana pela Companhia. De acordo com o 9º Levantamento, há disparidade das condições climáticas registradas pelo país, mas foi verificado em importantes estados produtores uma melhora na produtividade das lavouras.

Enquanto que em Mato Grosso do Sul, São Paulo e parte do Paraná, a redução e/ou falta de chuvas durante longos períodos no ciclo do milho 2ª safra provocaram quedas no potencial produtivo, em Mato Grosso, Pará, Tocantins e parte de Goiás, as precipitações bem distribuídas ao longo do desenvolvimento da cultura e a tecnologia usada pelo produtor têm resultado em boas produtividades nos talhões colhidos e boas perspectivas nas áreas ainda em maturação. Com isso, a estimativa para a produção total do grão está em 114,14 milhões de toneladas.

Números do RN
Safra 2023/24 em comparação com 22/23

Algodão em pluma:
1 mil toneladas
(+100%)
Arroz: 700 toneladas
(-61,1%)
Feijão: 20,5 mil toneladas (-18,7%)
Milho: 36,3 mil toneladas (+30,6%)
*Sorgo: 700 toneladas (+133,3%)

Últimas safras de grãos
2024/23: 59,8 mil toneladas
2022/23: 56 mil toneladas
2021/22: 51,2 mil toneladas
2020/21: 50 mil toneladas
2019/20: 63,6 mil toneladas

Tribuna do Norte.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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