Famílias sem-teto do MLB começam a desocupar antigo Diário de Natal

Manifestantes vão se untar a outras 20 famílias que ficarão alojadas em um galpão na Ribeira

As famílias sem-teto que estavam ocupando o antigo Diário de Natal cumpriram a determinação da Justiça e começaram a sair do imóvel na tarde desta terça-feira (30). No local, ainda restavam cerca de 10 famílias.

Os manifestantes, ligados ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), tiveram seus pertences levados por um caminhão disponibilizado pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), órgão do Governo do Estado.

De acordo com o MLB, as famílias estão sendo transferidas para um galpão na Ribeira (onde estavam até janeiro), antes de irem para outro prédio que será fornecido pelo governo, cujo endereço ainda não foi divulgado.

No galpão da Ribeira, os manifestantes vão se juntar a outras 20 famílias e ficarão lá por aproximadamente três semanas. Depois, as 30 famílias juntas serão levadas para o prédio cedido pelo governo.

Segundo Bianca Soares, coordenadora do MLB, as famílias ficarão no prédio cedido pelo governo por tempo indeterminado – aguardando receberem imóveis do programa Pró-Moradia ou do Minha Casa Minha Vida.

Na última sexta-feira (26), a Justiça havia concedido 30 dias para que as famílias sem-teto fossem retiradas do antigo Diário de Natal. A decisão do juiz Bruno Lacerda Fernandes, da 5ª Vara da Fazenda Pública, atendeu a um pedido do Governo do Estado e da Defensoria Pública.

Na semana passada, o Governo do Estado fechou um acordo com o MLB para a desocupação do terreno. Pelo acordo, as famílias que estavam no local serão transferidas para um imóvel escolhido pelo movimento e alugado pelo Governo. Em nota, o Governo afirmou que contratou uma empresa para limpar e adequar o imóvel que vai receber as famílias “o mais breve possível”.

O prédio do antigo Diário de Natal estava ocupado desde 29 de janeiro por famílias ligadas ao MLB. A ocupação aconteceu em protesto das famílias pela demora no recebimento de imóveis definitivos e pelas condições degradantes do galpão da Ribeira – para onde vão voltar agora.

98 FM.