Diretor-geral da corporação afirmou que a investigação será iniciada por "iniciativa própria", já que nenhuma representação foi recebida

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Foto: Reprodução/Instagram/Silvio Almeida.

A Polícia Federal vai abrir um inquérito para apurar as denúncias de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, feitas à organização Mee Too --que apoia vítimas de violência sexual. A informação foi confirmada à GloboNews pelo diretor-geral da corporação, Andrei Passos Rodrigues.

Segundo informou ao Em Ponto, a investigação será iniciada por “iniciativa própria”, pois a PF ainda não recebeu nenhuma representação.

Na quinta-feira, 5, a ONG confirmou as denúncias e afirmou que as vítimas permitiram a divulgação, por terem enfrentado “dificuldades obter apoio institucional para a validação de suas denúncias”, além de já terem recebido atendimento jurídico e psicológico. 

“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, escreveu em nota.

Entre as vítimas, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, ela teria relatado assédio por parte de Silvio Almeida a integrantes do governo em junho deste ano.

Já o Metrópoles informou que os supostos assédios teriam envolvido toque nas pernas, beijos inapropriados ao cumprimentá-la e “expressões chulas, com conteúdo sexual” direcionados pelo ministro a ela.

Silvio Almeida nega as acusações

Por meio de nota oficial, Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que as denúncias não são baseadas em provas. Ele também explicou que encaminhará o caso para quem uma "apuração cuidadosa" seja feita.

“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. [...] Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. [...] Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso [...]”, escreveu.

Convocado para prestar esclarecimentos

Silvio Almeida também foi convocado, ainda na noite de quinta-feira para prestar esclarecimentos ao ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. 

Em nota ao Estadão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou que o próprio ministro disse que irá encaminhar ofício à CGU e ao Ministério Público pedindo esclarecimento do caso. A Comissão de Ética da Presidência da República também decidiu abrir apuração.

"O governo federal reconhece a gravidade das denúncias. O caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem", diz a nota.

TERRA.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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