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Ataque direto, o 1º após escalada de conflitos entre Israel e Hezbollah, atingiu principalmente Tel Aviv
O Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos em direção ao território israelense nesta terça-feira (1º), no primeiro ataque direto após a escalada de tensão entre Israel e o Hezbollah — o grupo extremista, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano.
Veja, abaixo, os principais pontos sobre o ataque:
- Segundo o Irã, a investida foi uma retaliação, em razão das recentes mortes de chefes do Hezbollah no Líbano.
- Já as Forças Armadas israelenses, que prometeram vingança, informaram que o seu sistema de defesa barrou a maior parte dos projéteis.
- A maior parte dos mísseis atingiu Tel Aviv, capital de Israel, onde uma série de explosões foi registrada. A população teve de se proteger em bunkers e abrigos por mais de uma hora, e o espaço aéreo chegou a ficar totalmente fechado, mas foi reaberto após o ataque.
- O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.
- Pouco antes dos bombardeios, ocorreu um atentado a tiros nos arredores de Tel Aviv que deixou oito mortos (leia mais abaixo).
- Após o lançamento dos mísseis, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que os militares dos Estados Unidos ajudem na defesa de Israel, segundo o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O Irã e Israel são os principais rivais no Oriente Médio, e a disputa entre os dois países aumentou após o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023 — o Hamas, assim como o Hezbollah, é financiado pelo regime iraniano.
Nesta segunda-feira (30), um dia antes da ofensiva iraniana, Israel lançou uma ofensiva terrestre no Líbano mirando alvos específicos do Hezbollah. A invasão ocorreu após mais de uma semana em que Israel vem bombardeando diferentes regiões do Líbano, inclusive a capital, Beirute, em uma ação que marcou um novo conflito na guerra do Oriente Médio.
Há quase um ano, Israel luta também contra o Hamas na Faixa de Gaza, desde que o grupo terrorista invadiu o sul do país, matou 1.200 pessoas e sequestrou outras centenas. O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em apoio ao Hamas — ambos os grupos são financiados pelo Irã.
A tensão na região escalou nos últimos dias, com bombardeios de Israel contra alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital Beirute. Um dos ataques provocou a morte do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27).
Como foi o bombardeio
Em apenas 12 minutos, os mísseis iranianos atravessaram os céus de pelo menos dois outros países do Oriente Médio e chegaram em Israel por volta das 18h30 no horário local (13h30 pelo horário de Brasília).
Imagens de Tel Aviv mostraram dezenas de mísseis cruzando o céu de Tel Aviv e de Jerusalém.
Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada, segundo a agência estatal iraniana. Parte dos artefatos foi abatida pelo Domo de Ferro, um dos poderosos sistemas antimísseis israelenses.
A imprensa iraniana afirmou que a Universidade de Tel Aviv foi atingida.
A agência de notícias estatal iraniana Irna afirmou que alguns mísseis atingiram também atingiram locais controlados por Israel na Cisjordânia. Além de Israel, Jordânia e Iraque também fecharam seus espaços aéreos, posteriormente reabertos.
O governo do Irã afirmou que o ataque foi uma retaliação ao assassinato dos chefes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh, e à invasão do Exército israelense ao Líbano, na segunda-feira (31). Teerã disse que vai retaliar qualquer novo ataque israelense.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou também que o ataque desta terça representa somente parte da capacidade ofensiva do Irã, e disse: "não entrem em confronto com o Irã". O Irã disse ainda que, após o envio de mísseis, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido e a salvo.
O porta-voz do Exército israelense disse que o ataque foi "sério" e que "haverá consequências". Mais tarde, as Forças Armadas do país afirmaram que, ainda na noite desta terça, farão um "ataque poderoso no Oriente Médio", segundo a imprensa israelense.
Praticamente ao mesmo tempo em que os mísseis foram lançados, um atentado a tiros ocorreu em Jaffa, pequena cidade nos arredores de Tel Aviv (veja o vídeo abaixo). Segundo o site de notícias israelense Ynet, dois terroristas desceram do metrô e abriram fogo contra várias pessoas na Avenida Yerushalayim.
Oito pessoas morreram no ataque — dois suspeitos de serem os autores do ataque e seis moradores de Jaffa — segundo Israel.
Mais cedo nesta terça, a Casa Branca havia afirmado que o Irã preparava um ataque a Israel com mísseis balísticos e afirmou que um ataque teria "consequências severas". Washington ainda não havia se manifestado sobre o ataque do Irã até a última atualização desta reportagem.
Essa não foi a primeira ofensiva do Irã contra Israel, mas foi a mais intensa até agora. Em abril, forças iranianas lançaram 300 drones e mísseis contra o território israelenses em retaliação a um bombardeio ao Consulado do Irã em Damasco, na Síria, que causou a morte de um comandante do Exército iraniano.
Na ofensiva de abril, os drones e mísseis causaram diversas explosões nos arredores de Jerusalém, mas também não houve vítimas.
Histórico do conflito
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
- Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
- Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
- Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
- Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
- Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
- A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
- Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
G1.
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