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Semurb informou que há uma investigação em curso sendo realizada
Quem passa pela Praia de Areia Preta, na zona Leste de Natal, observa que a mancha de esgoto, que sai da tubulação de águas pluviais, voltou a escorrer em direção ao mar. A chamada “Língua Negra” tem sido um problema frequente provocado por ligações clandestinas de esgoto. A Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Caern) informou que trata-se da rede de drenagem do Município mas, caso haja necessidade de intervenção por parte da companhia, deverá tomar as medidas cabíveis, além de verificar pontos de extravasamento e obstrução de esgotos.
Nesta segunda-feira (4) a reportagem da Tribuna do Norte esteve no local e constatou o problema. Na ocasião, a água que saía das tubulações era transparente e não tinha mau cheiro. A cor escura, no entanto, era da areia e das pedras que adquiriram essa aparência por receber repetidamente água suja. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) foi procurada para esclarecer o assunto, mas não confirmou se trata-se de água de esgoto contaminada.
“É uma coisa que desaparece e, depois de um certo tempo, volta. Isso atrapalha o lazer de quem quer praticar esportes, de quem quer ter o direito de usar a praia. Costuma ter mau cheiro também”, conta a consultora de vendas, Andréa Silva, 51.
Em julho passado, a fiscalização ambiental da Semurb e da Caern, na bacia que atende os bairros de Mãe Luiza e Areia Preta, identificou três empreendimentos lançando efluentes na rede. A pasta garantiu que todos seriam autuados com multa gravíssima, entre eles um condomínio em Areia Preta, que foi flagrado despejando esgoto in natura para drenagem.
No mês seguinte, a “língua negra” voltou a aparecer, mas a Semurb esclareceu que não estava relacionada ao lançamento irregular de esgotos e, sim, de água das chuvas que ocorreram nos dias anteriores e que transportavam sedimentos das ruas que deixavam a água escura.
Andréa diz que as pessoas evitam entrar nas águas de Areia Preta por temerem contrair alguma doença provocada por uma possível contaminação da água. “A gente só usa esse lado da areia pra treinar beach tennis”, disse ela.
No final de maio, a praia registrou índice de 92 mil coliformes fecais por amostras de 100 ml de água, de acordo com o boletim do programa Água Azul, ou seja, 92 vezes mais coliformes do que o limite aceitável, conforme estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Até então, o local estava considerado impróprio para banho desde janeiro de 2023.
Praticantes de surfe ainda se arriscam a entrar no mar. “Surfo sempre aqui nessa praia e essa água suja vem assim há anos. Tem relatos de amigos que adoeceram devido a algumas bactérias que contraíram aqui. Eu arrisco porque, enfim, amo surfar”, declarou o surfista Mário Valdivino, 37.
A Semurb informou que há uma investigação em curso sendo realizada. Já a Caern disse que “A Prefeitura, por meio da Semurb e Seinfra, deverá investigar os motivos que estão ocasionando a interligação de esgotos clandestinos na rede de água de chuva (drenagem)”. Segundo a companhia, “caso haja necessidade de sua intervenção, deverá tomar as medidas cabíveis, além de verificar pontos de extravasamento e obstrução de esgotos”.
A Caern reforça a necessidade do registro da ocorrência nos seus canais de atendimentos, por parte da população, para que possa realizar a desobstrução ou conserto da rede em tempo hábil. Essas ocorrências podem ser informadas pelos canais do Whatsapp (84 98118-8400), Agência Virtual (caern.com.br) ou aplicativo Caern Mobile.
Tribuna do Norte.
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