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Alexandre Padilha disse que avanço de investigação sobre “Abin paralela” mostra que “cena do crime” de 8/1 precisa ser esclarecida
Após operações que atingiram um dos filhos (Carlos) e um ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (29) que existia no governo anterior uma “organização criminosa” funcionando a partir do Palácio do Planalto.
“Existia uma organização criminosa a partir do Palácio do Planalto no governo anterior, que envolveu várias instituições. O clima e o ódio semeados durante quatro anos pelo governo anterior envolveu, contaminou várias instituições, civis e militares”, disse Padilha a jornalistas após reunião com o ministro Fernando Haddad (Fazenda).
O vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF), nesta segunda. A operação apura suposto esquema de uso ilegal de ferramentas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem de adversários políticos.
Relação com o 8 de Janeiro
Padilha ainda defendeu o prosseguimento das investigações da Polícia Federal e citou os atos preparatórios e o próprio ato de 8 de Janeiro de 2023. Segundo ele, os processos de apuração não se restringem à Abin, mas envolvem todos os órgãos civis e militares.
“A apuração sobre envolvimento individual em todas as instituições tem que continuar. Cada vez que a Polícia Federal faz uma operação como essa se revela mais crimes cometidos, traz mais detalhes da cena do crime do que foram os atos criminosos preparatórios para o dia 8 de Janeiro e o ato criminoso 8 de Janeiro”, prosseguiu ele.
O auxiliar do presidente Lula (PT) defendeu “a apuração e a devida punição” para “barrar de vez esses criminosos e esclarecer a cena do crime”.
“Não descansaremos enquanto todos aqueles que planejaram, financiaram ou executaram a tentativa de golpe de 8 de Janeiro e todos os atos criminosos preparatórios para o 8 de Janeiro sejam punidos”, completou Padilha.
Operação Vigilância Aproximada
Na manhã desta segunda, agentes da PF cumpriram mandados de busca na residência de Carlos e no gabinete dele na Câmara dos Vereadores, na capital do Rio. Em seguida, os policiais foram à casa de praia da família, em Angra dos Reis, onde Carlos Bolsonaro estava com outros irmãos e com o pai.
O vereador é suspeito de ter recebido dados da chamada “Abin paralela”. Além de Carlos, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços da assessora do filho de Bolsonaro, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida; da assessora de Alexandre Ramagem, Priscila Pereira e Silva; e do militar do Exército cedido para a Abin na gestão de Ramagem, Giancarlo Gomes Rodrigues.
Uso político da Abin
Segundo as investigações, a Abin foi utilizada para espionar adversários. Políticos e até ministros do STF teriam sido espionados com o uso do software FirstMile, que permite monitorar a geolocalização de celulares.
De acordo com a PF, policiais que estavam na cúpula da Abin também usavam serviços ilícitos para beneficiar filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Abin teria sido usada para produzir provas favoráveis a Renan Bolsonaro e relatórios de defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em investigação sobre “rachadinhas”.
Na última quinta-feira (25), o deputado e ex-diretor-geral da Abin Alexandre Ramagem (PL) foi alvo de buscas em seu apartamento funcional e em seu gabinete na Câmara dos Deputados, em Brasília. As duas operações fazem parte da mesma investigação. Policiais federais suspeitos de envolvimento no esquema de espionagem foram afastados.
Metrópoles.
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