Ação conjunta promete revolucionar a produção e comercialização de carne suína no estado

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Foto: Isaac Silva.

Um novo cenário para a suinocultura no Rio Grande do Norte é o objetivo do Sebrae-RN e dos suinocultores envolvidos no Termo de Cooperação Técnica do Encadeamento Produtivo da Suinocultura, assinado na tarde deste sábado (19), encerrando a programação do palco “Juntos Pelo Agro”, no espaço Agência Sebrae, na Festa do Boi 2024.

O termo foi firmado pela instituição, representada pelo diretor técnico João Hélio Cavalcanti e pela gerente da Unidade de Desenvolvimento Rural, Mona Nóbrega, juntamente com os empresários Karrie Medeiros e Luizinho Lopes, da Suínos Jucurutu, e o produtor Caio Marques, proprietário do Rancho Manoel Marques.

De acordo com Fernando José, analista técnico da Agência Sebrae Trairi – Santa Cruz/RN e gestor do Projeto de Suinocultura, o termo é uma ferramenta para impulsionar o desenvolvimento da criação de suínos no estado, especialmente no encadeamento produtivo.

Os participantes do projeto receberão orientações técnicas, apoio na legalização das granjas, certificação e licença ambiental, permitindo que os animais sejam abatidos e comercializados formalmente, garantindo a segurança alimentar para o consumidor. As produções serão absorvidas pela Suínos Jucurutu.

“O Sebrae-RN também se destaca como pioneiro no Nordeste ao trabalhar a suinocultura nesse sistema de encadeamento produtivo. Por meio do termo, vamos fortalecer os produtores com conhecimento e técnicas de produção. O Sebrae oferecerá suporte em todas essas áreas, enquanto a Suínos Jucurutu, que está montando uma indústria, absorverá a produção”, explica Fernando José.

Ele destaca que o mercado de suínos no estado é promissor, mas enfrenta desafios relacionados à comercialização informal. Com o termo, a parceria entre o Sebrae e os produtores de Jucurutu vai formalizar o processo, garantindo produção, comercialização e, consequentemente, um produto de melhor qualidade para os consumidores do Rio Grande do Norte.

Durante o ano de 2024, foram mapeados produtores e potenciais produtores no estado para participar do projeto. A expectativa é que, nesta primeira etapa, 50 granjas de suínos das regiões Agreste (incluindo Natal e Grande Natal, além de Bom Jesus), Trairi (com foco em Santa Cruz e cidades vizinhas) e Seridó (abrangendo Caicó, Parelhas e outras localidades próximas) façam parte da iniciativa.

No ato da assinatura do termo, João Hélio destacou o suporte técnico, acesso a crédito, inovação e tecnologia, além do apoio na gestão fornecido pelo Sebrae-RN. Ele celebrou esse importante passo para a economia potiguar: “Estamos iniciando uma virada, um novo momento para o nosso estado. Vamos mostrar que, com o apoio técnico adequado, o produtor pode prosperar. Estamos juntos com uma série de outras entidades, o que nos permite afirmar que faremos uma grande transformação na suinocultura do Rio Grande do Norte.”

Produtores se preparam para o projeto

Produtor de suínos em Parelhas, Caio Marques atua no setor há cerca de três anos e já conta com o apoio do Sebrae-RN desde o início de seu negócio. Para ele, a realização deste projeto, por meio da assinatura do termo, resultará na valorização real do produto. “Uma das grandes desvantagens que enfrentávamos era a concorrência com quem criava animais de forma rudimentar, alimentando os porcos com restos de comida, o que tornava a competição injusta”, revela Caio, que tem investido na regularização do seu negócio.

Sobre essa questão, Karrie Medeiros, da Suínos Jucurutu, acredita que o compromisso de sua empresa em comprar a produção servirá de incentivo para que os demais suinocultores invistam na qualidade e saiam da informalidade. “Nossa intenção é fortalecer a suinocultura no Rio Grande do Norte. Queremos que a economia do estado cresça com essa atividade. A carne suína é reconhecida como uma das mais saudáveis, inclusive para crianças, desde que seja garantida a procedência. Quando trabalhamos com qualidade, não há mercado difícil. Os produtores que se unirem a nós nessa jornada certamente crescerão junto conosco”, afirmou.

Karrie também explicou os termos do contrato: haverá um compromisso mínimo de seis meses, oferecendo segurança tanto para o frigorífico quanto para o produtor. O frigorífico se compromete a comprar os animais, tanto leitões como animais já terminados, por esse período, e o produtor, a fornecer. Alguns produtores já estão investindo e ampliando suas estruturas para nos fornecer animais, visto que nosso frigorífico está em construção, com previsão de finalização entre janeiro e fevereiro. Quem já compreendeu o projeto está ampliando sua produção, e outros que ainda não criam suínos estão interessados em iniciar suas granjas”.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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