Líderes partidários querem debater violência na Câmara com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa
Foto: Reprodução.
O Conselho de Ética da Câmara foi palco de bate-bocas e agressões físicas entre parlamentares na última semana.
Entre o início deste ano e o mês de junho, o colegiado iniciou a tramitação de cinco representações contra deputados. Do total, três são referentes a brigas dentro das dependências do Congresso.
As confusões fazem parte da rotina da Câmara, mas se intensificaram nos últimos meses. Na semana passada, os deputados André Janones (Avante-MG), Éder Mauro (PL-PA) e Nikolas Ferreira (PL-MG) trocaram empurrões em um dos plenários da Casa, e precisaram ser contidos pela Polícia Legislativa.
Além disso, na última quarta-feira (5), a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que tem 89 anos, precisou ser hospitalizada após passar mal em meio a uma discussão na Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Ainda na última semana, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também protagonizou uma discussão com Júlia Zanatta (PL-SC) e acabou sendo alvo de ataques por parte de Nikolas.
Outras brigas também marcaram os últimos meses da Casa, como as agressões envolvendo o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que chutou um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) em abril, após desentendimentos na Câmara.
Representações
Glauber Braga é alvo de duas das representações em tramitação no Conselho de Ética. Uma das denúncias foi apresentada pelo Partido Novo, que alega quebra de decoro parlamentar por parte de Glauber no caso envolvendo o membro do MBL.
A representação ainda não teve relator definido pelo presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto Jr. (União-BA).
A segunda representação contra Glauber foi protocolada pelo PL. O partido acusa o parlamentar de agredir fisicamente o deputado Abílio Brunini (PL-MT) durante uma reunião da Comissão de Direitos Humanos, em novembro do ano passado. A denúncia tem relatoria de Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que ainda não apresentou parecer.
O colegiado também analisa uma representação contra a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), protocolada pelo PL. A sigla acusa a parlamentar de ter ofendido familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma sessão da Comissão de Segurança Pública.
A relatoria do caso contra Melchionna é do deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), que recomendou arquivamento da denúncia. O colegiado ainda precisa deliberar sobre o parecer de Arcoverde.
Líderes querem encontro com Lira
Líderes partidários se mobilizam para discutir os casos de violência com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
À CNN, o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), líder do PP na Câmara, afirmou que o comportamento dos deputados que participaram da confusão no Conselho de Ética na última quarta é “incompatível com o parlamento”.
Ele disse que o tema será debatido com Lira na próxima reunião de líderes, que deve ocorrer na terça-feira (11).
A necessidade de debater o assunto também foi mencionada pelo deputado Marcio Jerry (PCdoB-MA), líder do PCdoB. “O que aconteceu e tem acontecido em outros momentos degrada o ambiente parlamentar, que precisa de debates democráticos respeitosos, civilizados”, afirmou o deputado à CNN.
Jerry também disse que conversou sobre o tema com a bancada do partido e que levará o assunto a Lira na próxima semana. “Achamos necessário dar um basta nesse baixíssimo nível que avilta o papel da Câmara”, afirmou o líder.
CNN.
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