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Rio apresenta mudanças depois da ocupação da área
Pesquisadores da UFRN analisam, por meio de técnicas de geoprocessamento e atividades de campo, como os impactos do avanço acelerado e não planejado dos centros urbanos têm afetado o meio ambiente e a qualidade de vida da população. O grupo, orientado pelos docentes Ricardo Amaral, do Departamento de Geologia (DG/CCET), e Adriana Almeida, do Departamento de Ecologia (DECOL/CB), estuda a microbacia Riacho Água Vermelha no município de Parnamirim (RN). A visita ao local aconteceu no último dia 19 de setembro, juntamente com a Defesa Civil Municipal.
Margarida Dantas é uma idosa que mora na região da microbacia há muitos anos. Ela relembra, de forma saudosa, os tempos em que o riacho não era ocupado pelas construções. “O rio era mais largo e não ia para as casas. Depois que as pessoas chegaram, bagunçaram, a água entrou nas casas, aumentou até as doenças”, conta. De acordo com os pesquisadores, as construções muito próximas ao rio colocaram muitas casas em risco de desabamento e prejudicaram a saúde da população.
Os alunos Joanderson Muller, de Ecologia, e Breno Átila Silva, de Geologia, elaboram pesquisas com o objetivo de mapear, identificar os problemas e propor soluções, do ponto de vista ecológico e geológico, para a situação do Riacho Água Vermelha. Segundo George Cunha, coordenador da Defesa Civil Municipal de Parnamirim, os estudos desenvolvidos pela UFRN são fundamentais para a prevenção assim como o mapeamento da cidade, auxiliando os órgãos competentes na elaboração de estratégias eficazes.
Durante a visita, os pesquisadores perceberam a diminuição do fluxo do rio e a contaminação das águas, comparado a última visita, em junho. Ricardo Amaral afirma: “a gente sabe que a degradação é muito grande, mas ainda há pedaços a serem protegidos”. Os especialistas garantem que a conservação do rio traria benefícios ao turismo e à saúde, além de evitar alagamentos e desabamentos.
A redução da mata ciliar, que serve para proteger o rio de erosão e assorreamento, também é uma questão avaliada. Para Adriana Almeida, boa parte da mata remanescente está comprometida por fatores como construções irregulares, poluição, desmatamento e degradação do solo. Ela destaca que esse problema tende a se agravar. “Esse é um problema que tende a piorar, especialmente em um período marcado pelas mudanças climáticas”, destaca.
Os pesquisadores analisarão os dados coletados para dar seguimento às próximas fases do estudo. A próxima reunião com a Defesa Civil Municipal está agendada para outubro, no Departamento de Geologia, na UFRN, onde serão discutidas possíveis soluções para mitigar os impactos da urbanização, considerando os aspectos geológicos e ecológicos.
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