Lula disse que é “inacreditável” o aumento da violência contra mulher após jogos de futebol, mas que “se o cara for corintiano, tudo bem”
Foto: Ricardo Stuckert/PR.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou, nesta sexta-feira (2), que é preciso mudança de comportamento e cultura para diminuir a violência doméstica.
“Piadinha, nem de presidente”, disse durante um café da manhã com jornalistas. A afirmação foi feita em referência a declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No mês passado, em uma reunião no Palácio do Planalto, Lula falou que considera “inacreditável” o aumento da violência contra mulher após jogos de futebol, mas que “se o cara for corintiano, tudo bem”.
Em junho, o presidente relatou que durante um evento de entrega de um conjunto habitacional disse a uma mulher de 25 anos, mãe de três filhos, que ela deveria parar de ter crianças.
Cida Gonçalves contou que pretende conversar com Lula sobre as declarações. E que a primeira-dama, Janja, já teria chamado atenção do presidente a respeito do assunto.
“Muita gente decide fazer uma piadinha porque acha que melhora as coisas. Não dá para aceitar piadinha de nada, nem de ninguém”, explicou a ministra.
Diálogo com clubes de futebol
Na conversa com jornalistas, Cida Gonçalves relatou ainda que a pasta tem buscado estabelecer diálogo com times de futebol para dar visibilidade a uma mobilização nacional que busca zerar o feminicídio no Brasil.
Segundo ela, Flamengo e Corinthians já foram procurados. Nos próximos dias, estão previstas conversas com representantes do Vasco e do Botafogo. A ideia é aproveitar o campeonato brasileiro para dar visibilidade à causa, com braçadeira na cor lilás, faixas e iluminação nos estádios de futebol.
Cida Gonçalves também disse que tem procurado mulheres evangélicas para participarem da mobilização. O primeiro contato foi feito com pastoras do campo progressista. Mas até o fim do ano ela quer dialogar também com pastores, bispos conservadores.
Afirmou querer contato com a Igreja Universal, Assembleia de Deus, entre outras. A ministra argumentou que precisa entender a linguagem para dialogar com esse público.
CNN.
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