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Animal encalhou no dia 23 de abril de 2018, na praia das Agulhas, no Ceará, com poucos dias de vida
O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), conduzido pela Petrobras, e executado em parceria com o Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB/Uern), e a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio Grande do Norte (Funcitern), realizará a quinta soltura de peixe-boi-marinho no estado do Rio Grande do Norte. A soltura da peixe-boi Gaia ocorrerá nesta sexta-feira, 25, às 8h30, no Centro Amagoa de Cultura e Meio Ambiente, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão.
Para esse momento, o PCCB-UERN conta com uma programação cultural para receber a comunidade local, representantes de órgãos públicos e de instituições parceiras que atuam em prol da conservação do peixe-boi-marinho no Brasil.
O peixe-boi-marinho Gaia encalhou no dia 23 de abril de 2018, na praia das Agulhas, no Ceará, com poucos dias de vida. Após ser resgatada pela AQUASIS (ONG do Ceará), Gaia foi encaminhada ao Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do PCCB/Uern.
Durante os primeiros quatro anos, ela recebeu cuidados médicos, alimentação e monitoramento constantes para recuperar sua saúde. Posteriormente, Gaia foi translocada para o Recinto de Aclimatação na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Estadual Ponta do Tubarão, onde se adaptou ao ambiente natural antes de sua soltura.
Após o processo de aclimatação, Gaia será solta em ambiente natural e, antes da soltura, receberá um equipamento que permite monitorá-la de forma remota, através de sinal VHF e satelital. Este rastreador, por muitas vezes, pode chamar a atenção da população e dos pescadores que, em alguns momentos, podem tentar retirá-lo do animal. Por isso, a importância do trabalho educativo com as comunidades locais para explicar a funcionalidade e importância deste dispositivo, essencial não apenas para acompanhar o deslocamento dos animais, mas assegurar a sua adaptação ao ambiente natural.
O PCCB-Uern já devolveu quatro peixes-boi à natureza e segue reabilitando outros 17. O peixe-boi-marinho é um dos mamíferos aquáticos com maior grau de ameaça à extinção do Brasil. No passado foi vítima da caça e, atualmente, sofre com a perda e alteração de habitat pela degradação de áreas costeiras, ingestão de resíduos sólidos e colisão com embarcação motorizada, sendo as causas de origem antrópica as de maior relevância à espécie. A alteração do ambiente natural costeiro também contribui com a separação da mãe e filhote durante a fase de cuidado parental, ocasionando o encalhe de animais recém-nascidos.
O resgate, reabilitação, estabilização, soltura e monitoramento de peixes-bois-marinhos são ações desenvolvidas no âmbito do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar (PMP-BP), como condicionante do licenciamento ambiental federal exigida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para a realização de atividades de exploração, produção e escoamento de petróleo e gás executadas pela Petrobras na região.
O PMP-BP é executado pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca, por meio de convênio firmado entre a PETROBRAS, Uern e Funcitern.
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