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De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo
Informações divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) mostram que o sistema público já realizou 276 transplantes de órgãos, no período de janeiro a agosto deste ano. O número é superior aos procedimentos realizados em todo 2023, no entanto, 937 potiguares ainda aguardam na fila por um transplante de órgão. Essa espera alerta para a necessidade da campanha do Setembro Verde, período dedicado à conscientização da doação de órgãos como um gesto de solidariedade.
De acordo com a Subcoordenadoria de Transplante de Órgãos da pasta, o Rio Grande do Norte realizou 139 transplantes de córneas, 101 de medula óssea, 35 de rins e um transplante de coração. Embora os números tenham crescido, a lista de espera apresenta quantitativos ainda maiores. São mais de 601 pacientes na espera por córneas, 320 por rins, 15 por médula óssea e um por coração.
Para Rogéria Nunes, coordenadora da Central de Transplantes do RN, esses quantitativos apontam preocupação pela saúde. “Cada vez mais a fila está aumentando, ou seja, existe uma demanda cada vez maior para a doação. As pessoas estão envelhecendo e mais problemas crônicos aparecem com indicação de transplante, mas o nosso número de doação não aumenta, se mantém estável. Então a nossa fila cresce constantemente por causa disso”, afirma.
Na divisão de tipos de doadores, existem dois: o vivo e o falecido. No caso do doador vivo, é aceito um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, destinado a parentes de até quarto grau ou cônjuges. Não parentes podem ser doadores desses órgãos apenas sob decisão judicial. Já no caso de doadores falecidos, são aqueles que tiveram um diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
Diante dessa necessidade, Rogéria Nunes avalia que uma das maiores dificuldades na doação de órgãos está na aceitação da família para o procedimento. “É difícil, no momento que você sabe que perdeu um parente, aceitar doar. Todo o processo demora, muitas vezes, até um dia. Muitas famílias não querem esperar, têm preconceito ou má informação sobre a questão de doações”, explica.
Para que esse estigma seja rompido, é importante que o desejo de doar seja sempre expressado, já que a decisão final acontece sempre após autorização familiar. Na doação de órgãos através de um falecido, eles serão destinados a quem aguarda em uma fila única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Em números relacionados na captação de órgãos para doação, a Secretaria de Estado da Saúde Pública informou que foram feitas 24 captações de múltiplos órgãos e 64 captações de córneas no Rio Grande do Norte.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é referência mundial na área de transplantes e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA.
Tribuna do Norte.
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