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Orientação segue informações emitidas por Ministério da Saúde e OMS; reuniões com municípios seguem esta semana
O Rio Grande do Norte inicia 2024 com o sinal de alerta ligado. As análises epidemiológicas apontam para a possibilidade da saúde pública enfrentar um aumento substancial dos casos de arboviroses, em especial da dengue, tendo o aumento das temperaturas a partir das mudanças climáticas como um dos fatores que traz maior influência ao cenário.
Diante desse quadro, seguindo orientações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) emitiu uma nota informativa alertando aos municípios potiguares para a necessidade da tomada de ações preparatórias e preventivas no enfrentamento, em especial aos cuidados para a proliferação do mosquito Aedes aegypti no período de verão.
“Em 2022 encaramos uma alta muito forte e a situação foi bem difícil. Já neste fim de 2023 vimos que a curva de casos de dengue já está acima da mediana, sinalizando que o número de casos seja muito acima do que é o mais comum para o período. Por essa razão já começamos a trabalhar nos preparativos”, explicou a coordenadora de vigilância em saúde da Sesap, Diana Rego. Em 2022, como citado pela coordenadora, foram mais de 12 mil casos confirmados e 21 óbitos causados pela dengue. Nas últimas seis semanas epidemiológicas de 2023, o número de casos confirmados já foi maior do que os de 2022.
O relatório "Reflexões sobre o risco de arboviroses em 2024" da Fundação Oswaldo Cruz, elaborado em outubro de 2023 e distribuído pelo Ministério da Saúde, aponta que estão previstos cerca de 2,2 milhões casos suspeitos de dengue para o ano de 2024 no Brasil, com estimativas de aumento em quase todos os estados, com destaque para a região Nordeste.
AÇÕES
Ao longo desta semana, a Sesap vem fazendo uma série de reuniões com as secretarias municipais para traçar as estratégias regionais de enfrentamento à dengue durante este período. Os encontros estão focados nos municípios identificados como de maior risco potencial, envolvendo não só as secretarias de saúde, mas também os setores de assistência social, educação, infraestrutura e meio ambiente, como já aconteceu em Macau e Guamaré.
“Temos que respeitar a realidade de cada situação e trabalhar em cima disso. A medida para quem está veraneando no litoral não é a mesma para quem vive no sertão, precisando armazenar água, por exemplo”, distingue a coordenadora Diana Rego.
Os números de uma pesquisa do Ministério da Saúde indicam que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, em locais como vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, bebedouros em geral e materiais para construção. O levantamento também aponta que locais de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.
Na nota informativa encaminhada aos municípios, a Sesap lista uma série de 25 recomendações, que vão desde a ampliação das ações de detecção dos casos por meio de exames, reforço das redes de cuidados em hospitais e unidades, até as já reconhecidas medidas de limpeza, para evitar acúmulo de lixo para cortar os focos de proliferação do mosquito. Para isso também, a secretaria já conta com a parceria do Ministério da Saúde, que encaminhou R$ 2,4 milhões para custeio das primeiras ações de enfrentamento.
Ao longo desta estação, a Sesap também vai atuar em conjunto com as forças de segurança na Operação Verão. O foco é reforçar as ações de conscientização junto à população.
DADOS
A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Organização Pan-Americana da Saúde, emitiu em setembro de 2023 um alerta para aumento de casos de dengue, reforçando a necessidade de ações de vigilância, diagnóstico precoce e tratamento de casos. Já em outubro, a OMS tornou a emitir um documento, desta vez analisando a situação de saúde pública para os países afetados pelo El Niño, incluindo o Brasil, o potencial de ameaças à saúde pública causadas pelas alterações climáticas e sua influência nas arboviroses urbanas como dengue, zika e chikungunya.
Seguindo a mesma linha, no mês seguinte o Ministério da Saúde reforçou o alerta com uma nota informativa avaliando todo o cenário no Brasil e pontuando que a retomada da circulação de todos os quatro sorotipos de dengue no país, o que não acontecia há 15 anos.
O último boletim epidemiológico da Sesap relativo a 2023 aponta que 12.048 casos de dengue foram notificados, dos quais 2.430 foram confirmados, 7.917 restaram como prováveis casos, resultando em três óbitos confirmados.
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