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Em razão dos atrasos, profissionais dos setores afetados protestaram nesta segunda
As paralisações de terceirizados da rede estadual de saúde registradas desde a semana passada têm afetado fortemente o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel em Natal, que sofre rotineiramente com um cenário de superlotação – na manhã desta segunda-feira (27), eram 43 pacientes nos corredores. Diante da falta de pagamento por parte do Governo, ontem a unidade, que já havia sido atingida pela paralisação de maqueiros, pessoal da nutrição e lavanderia, ficou sem os serviços de higienização, depois que trabalhadores da empresa Justiz cruzaram os braços. Em razão dos atrasos, profissionais dos setores afetados protestaram nesta segunda.
A interrupção de vários serviços gerou impactos no funcionamento do hospital, de acordo com Rosália Fernandes, coordenadora dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde). Ela disse que a situação no domingo (26) à noite foi bastante complicada. “Só havia dois maqueiros para dar conta de todo o hospital. Hoje [segunda-feira], o quadro continua complicado porque o hospital está lotado”, afirmou Fernandes, que se disse preocupada com a situação. “São muitos pacientes internados, certamente, um número bem superior a 300”, comentou.
Em função dos atrasos, que vão desde salários a benefícios como 13º e vale-alimentação, os trabalhadores realizaram um protesto na manhã de ontem. A manifestação bloqueou a avenida Senador Salgado Filho. Márcio Roberto, secretário-geral do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares (SindHoteleiros-RN), disse que há trabalhadores sem vale-alimentação desde novembro de 2023. “Nós queremos que tudo seja quitado integralmente. Só o pagamento do salário ou de uma outra parcela de vale-alimentação não encerra a greve”, afirmou.
Profissionais da segurança também participaram. Não havia paralisações por parte da categoria, mas, segundo Gerson Gomes, diretor de comunicação do Sindicato dos Vigilantes do RN (Sindsegur), era aguardado o pagamento da segunda parcela do 13º e do salário de dezembro de 2024, que ainda não havia sido quitado para a Interfort. “Ficamos sabendo que a Sesap repassou o valor de cerca de R$ 2 milhões à empresa, na manhã desta segunda. Aguardamos o pagamento aos vigilantes até o final do dia”, disse Gomes logo após o protesto. No final da manhã, segundo ele, os profissionais receberam o pagamento.
Já os serviços da Justiz Terceirização foram suspensos no Walfredo (setor de higienização) e em unidades como o João Machado (serviços de enfermagem), também em Natal, e Lindolfo Gomes Vidal (cirurgias), em Santo Antônio, no Agreste do estado, por conta do atraso de salários. “A medida acontece devido à falta de repasse financeiro, que em alguns contratos ultrapassa quatro meses. Por se tratar de um serviço essencial, médicos, enfermeiros, técnicos e higienistas que atuam em contratos com o Governo do RN passarão a trabalhar em escala mínima de 30% do quantitativo total, até que haja o pagamento das folhas em atraso”, esclareceu a Justiz.
A previsão, se não houvesse os pagamentos, era de que os trabalhadores da empresa cruzassem os braços também no Hospital Santa Catarina, nesta terça-feira (28). Até o início da tarde de ontem, o repasse não havia sido efetuado, segundo a assessoria de imprensa da Justiz. A empresa informou, através de nota, que, em razão do não repasse, a paralisação chegará nesta terça ao Hospital Santa Catarina.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), informou que na sexta-feira (24), realizou o repasse de mais de R$ 4 milhões a seis empresas que prestam serviços nas unidades de saúde da rede estadual”. A pasta não detalhou quais seriam essas empresas. A Secretaria disse ainda que demais repasses estavam previstos para acontecer ao longo da segunda-feira.
Tribuna do Norte.
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