Há possibilidade de o serviço ser iniciado ainda nos últimos dias de agosto. A expectativa da prefeitura é concluir em 90 dias

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Foto: Adriano Abreu.

As obras da engorda da Praia de Ponta Negra devem começar até o dia 07 de setembro, segundo previsão da DTA Engenharia, empresa vencedora da licitação e que fará o aterro hidráulico num consórcio junto com a empresa AJM. Esta será a sétima engorda feita pela empresa, responsável pelos serviços em Balneário Camboriú recentemente. Há possibilidade de o serviço ser iniciado ainda nos últimos dias de agosto. Segundo a Prefeitura do Natal, os serviços não vão interditar a praia e serão feitos por etapas. O investimento total original é de aproximadamente R$73 milhões. A expectativa da prefeitura é concluir os serviços em 90 dias.

Na última quarta (14), trabalhadores foram ao local para fazer as primeiras medições. Segundo a DTA Engenharia, atualmente a draga responsável pela obra está no Porto de Luís Correia, no Piauí, para manutenção preventiva. Ela deve retornar ao local da obra até o final deste mês. O navio holandês foi fretado exclusivamente para uso da empresa no Brasil.

“E não é só a draga, são rebocadores, guindastes flutuantes, embarcações de apoio, tubulações rígidas e flexíveis, mangotes de borracha, ball joints, poitas/ancoragens e vários tratores e máquinas para operação em terra durante o despejo na praia. Uma embarcação dessas não pode ficar parada”, disse o presidente da DTA, João Acácio Gomes de Oliveira Neto.

A DTA disse ainda que as mudanças no cronograma poderão impactar nos custos do serviço, conforme contrato, “já que a mobilização de todos os equipamentos, tubulação, equipe e embarcações de apoio aconteceu há mais de dois meses, quando a expectativa era de início imediato dos trabalhos com a Ordem de Serviço dada”.

Em comunicado à imprensa, a DTA disse que já executou mais de 4 milhões de m³ de aterro hidráulico em obras de recuperação de praias.

Entre as praias que contaram com a expertise da DTA estão a Praia de Jurerê, Balneário Camboriú, Canasvieiras e Ingleses, em Santa Catarina, além da Curva da Jurema e Camburi, no Espírito Santo. Recentemente, a empresa venceu a licitação para elaboração dos projetos básico e executivo de engenharia, além da execução das obras de contenção da erosão e restauração da Praia Central de Piúma-ES.

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita, a praia não ficará interditada durante a execução dos serviços, que serão feitos a cada 200 metros.

“A obra demora em torno de 90 dias e a praia de Ponta Negra não ficará interditada. A execução das obras se dará sempre entre 200 e 300m, trecho a trecho. Coloca-se o tapume, isola-se aquela área, inclusive começaremos do Hotel Serhs para cá que tem pouca atividade comercial e aí termina o trecho, libera e vai para o próximo. O prejuízo será de 5 a 7 dias, por trechos. Isso não inviabiliza as atividades, quem quiser utilizar praia para balneabilidade, recreação e turismo”, disse Mesquita.

O titular da pasta disse ainda que a obra será uma das maiores intervenções no litoral nordestino nos últimos anos e diz que a obra é de “resiliência ambiental”. “Com esta solução e alternativa técnica, vamos proporcionar a diminuição ou evitar ao longo de um período significativo a erosão costeira em Ponta Negra”.

“É uma das maiores obras do Nordeste em áreas costeiras e certamente a maior do RN. Essa é uma obra de cerca de R$ 110 milhões, que compreendem três grandes intervenções de engenharia: a complementação do enrocamento que já está finalizado, o reordenamento da drenagem de Ponta Negra, que está em mais de 70% de execução, e o aterro hidráulico. É um processo que nos orgulha porque Natal volta a sentir orgulho de ver o Poder Público investindo na orla e no turismo, cuidando das questões ambientais”.

A engorda

A engorda de Ponta Negra é considerada primordial para a praia, que há anos sofre com a erosão costeira provocada pelo avanço do mar e que tem modificado a estrutura do Morro do Careca, um dos principais cartões postais da capital potiguar, descaracterizando sua paisagem.

O tema vem sendo acompanhado com várias reportagens pelo jornal TRIBUNA DO NORTE. O projeto está em discussão há vários anos em Natal e será um alargamento na faixa de areia da praia, com até 50 metros na maré cheia e 100 metros na maré seca.

Atualmente, em situações de maré cheia, bares, barracas e banhistas ficam praticamente impedidos de frequentar a areia e o mar. Segundo os estudos feitos pela empresa paulista Tetratech, a engorda será feita a partir de um “empréstimo” de areia submersa trazida de uma jazida em Areia Preta para Ponta Negra.

“Nossa jazida tem aproximadamente 7 milhões de m³ de areia e está a 8km da orla de Ponta Negra e a aproximadamente 500m do rumo do farol de Mãe Luiza. É uma jazida submersa. A draga se desloca até ela, faz o processo de sucção, traz esse material o mais próximo possível dentro da margem de segurança para não encalhar, acopla a tubulação que está na praia para que essa tubulação despeje na praia de Ponta Negra. Vamos começar no Hotel Serhs em direção ao Morro do Careca numa extensão de 4km. Aproximadamente 1.1 milhão de m³ de areia serão aplicados”, cita.

A engorda é, na prática, um aterro que será colocado ao longo de 4 quilômetros na enseada de Ponta Negra. O objetivo final é de que a faixa de areia nas praias de Ponta Negra e parte da Via Costeira seja alargada para até 100 metros na maré baixa e 50 metros na maré alta. É a última etapa do projeto maior que contou com o enrocamento da praia, pelo qual foram implantados centenas de blocos de concreto que darão sustentação à engorda.

Tribuna do Norte.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

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