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Suplente de deputada acusa evento de “intolerância religiosa” e critica uso de recursos públicos em “apologia às drogas e sexualidade explícita”
A primeira suplente de deputada federal Carla Dickson (União Brasil) disse que pretende acionar o Ministério Público Estadual (MPE) contra o que considerou um ato de “intolerância religiosa” ocorrido em evento na Governadoria do Estado, apesar da inexistência de indícios de que isso tenha acontecido. Em entrevista à 91 FM nesta segunda-feira 11, Carla disse que o evento, financiado com recursos públicos e destinado à valorização da agricultura familiar, foi palco de cenas que ela descreveu como “apologia às drogas e sexualidade explícita” e um ataque simbólico à fé cristã.
O evento citado por Carla foi o Festival do MST, uma das atrações da 2ª Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária, realizada no último fim de semana.
Segundo a suplente, a ocasião foi marcada por polêmicas devido à exibição, segundo ela, de performances que envolviam apologia ao uso de drogas e uma apresentação de uma cantora que teria usado símbolos religiosos de forma ofensiva. “Você levanta uma bandeira do MST e faz apologia às drogas. Umas cenas assim de sexualidade explícita naquela cantora, e pega-se um símbolo da nossa religião… fazendo alusão à Bíblia e toca fogo. E as pessoas ovacionando aquilo”, lamentou.
O episódio citado por Carla, na verdade, tratou-se de um número de mágica feito pela cantora Letícia Letrux. Carla ressaltou que não irá esperar até o início de seu novo mandato, em janeiro de 2025, para agir. E que planeja, juntamente com uma advogada amiga, mover uma ação popular imediatamente, direcionada tanto ao MPE quanto o Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN), para que seja feita uma investigação maior sobre o uso de recursos públicos no evento. “Se a população soubesse do poder que tem, não precisava de mandato para poder estar falando isso. Isso é verdade”.
Ela criticou o Governo do RN e suas escolhas em relação ao uso de recursos públicos. Segundo Carla, ações como essas indicam um desvio de prioridades. “Fica aqui a minha reflexão para a população: que tipo de governo nós estamos tendo? Mais uma vez, nós não estamos num palanque eleitoral… mas é só questão de você ficar observando o que está acontecendo com o dinheiro público”, disse.
Cristianismo. Carla Dickson questionou o motivo de atitudes semelhantes não serem vistas com outros símbolos religiosos, como o Alcorão, sugerindo que há uma falta de respeito direcionada especificamente ao cristianismo. “Por que não faz isso com o Alcorão? Porque tem uma resposta grande”, afirmou, sugerindo que tal ato teria consequências severas se dirigido a outras religiões.
O uso de dinheiro público para a realização do evento também foi criticado, com questionamentos sobre a prioridade de gastos do governo estadual, em contraste com a situação precária de hospitais e obras essenciais no RN. “O mais grave é dinheiro público… vai ver o Walfredo Gurgel, pessoas dormindo como tem nos papelões, os corredores… termina Oiticica, que o povo precisa de água”, disse Carla.
Styvenson critica festa com recursos públicos e polêmica sobre livro em chamas
O senador Styvenson Valentim (Podemos) criticou a Feira Potiguar da Agricultura Familiar, organizado pela Secretaria do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), no Centro Administrativo, neste sábado 9. Segundo ele, não há motivos para comemoração no RN por causa dos problemas em áreas como saúde e educação, e classificou uma apresentação como um “desrespeito às religiões cristãs” após setores da imprensa potiguar terem divulgado a desinformação de que uma artista teria queimado uma Bíblia em sua performance.
“Estava acontecendo uma festa patrocinada com dinheiro público, não sou contra a festa, só que eu não vejo motivo para comemorar… Esse pessoal tem um pequeno problema: eles podem desrespeitar, fazer o que quiserem, falar o que querem. Isso aí é uma Bíblia pegando fogo. Eu não entendo o porquê desse tipo de coisa. Pode ser católico, pode ser evangélico, espírita, adventista, testemunha de Jeová”, afirmou o senador.
Styvenson afirmou que tem formação evangélica e foi educado para respeitar o cristianismo e outras religiões. “Agora imagine se fosse eu, ou você, falando das religiões afrodescendentes. Imagina se a gente fizesse qualquer tipo de expressão artística ou de opinião em relação à religião que esse pessoal segue. Cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, mas isso aí é desrespeito”, ressaltou.
Ele frisou que não estava criticando a agricultura familiar, onde teve a apresentação cultura, mas a falta de prioridades do governo estadual e os gastos públicos sem justificativa. “Não tem motivo para comemorar quando os hospitais estão superlotados, quando tem gente morrendo por falta de remédio, quando as estradas estão matando e sobrecarregando cada vez mais o sistema de saúde. Não tem motivo nenhum para comemorar”, afirmou.
‘Jamais queimaria a Bíblia na minha vida’, diz cantora sobre performance
A cantora, compositora e atriz Letícia Letrux se posicionou nesta segunda-feira 11 sobre a polêmica em torno da performance que ela fez no Festival do MST, em Natal. Em nota, a artista afirmou que “jamais queimaria a Bíblia” e que não ingeriu bebida alcoólica durante a apresentação.
Um vídeo gravado durante o show viralizou nas redes sociais. Nas imagens, a cantora aparece vestida de girafa e segurando um livro em chamas. Pelas redes sociais, a performance foi interpretada como intolerância religiosa, como se ela estivesse queimando um exemplar da Bíblia. Em outro momento, ela aparece ingerindo uma bebida, e alguns divulgaram que ela estaria se embriagando durante o show.
Em nota, Letrux enfatizou que é uma artista “performática” e que estava representando um número de mágica. Ela disse que “jamais” queimaria a Bíblia e se definiu como “uma pessoa religiosa”. “Reduzir meu trabalho com mentiras sobre minha obra é recalque absoluto da extrema direita que não satisfeitos em viverem suas próprias vidas, precisam se meter em vida alheia”, afirmou a cantora.
“Sou uma cantora formada em teatro. Meus shows são sempre performáticos. Fui uma criança fascinada por mágica. Quando faço shows, gosto de trazer números de mágica para o espetáculo. Eu jamais queimaria a bíblia na minha vida. Meu número de mágica envolve acender um livro (dentro daquele livro, que comprei assim já numa loja de mágica, tem um isqueiro grande), ao fechar o livro, o fogo se apaga. O livro traz segurança pra mágica”, explicou.
Agora RN.
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