No fim do primeiro semestre deste ano, a obra estava cerca de 35% concluída

Post Images
Foto: Magnus Nascimento.

Nesta quinta-feira, 12 de setembro, a obra de recuperação da Ponte de Igapó, essencial para a mobilidade entre a zona Norte de Natal e outras regiões da capital, completa um ano. Com início em setembro de 2023 e previsão inicial de conclusão para janeiro de 2025, a intervenção sofreu alteração e a perspectiva do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é de que a ponte seja totalmente liberada em maio do próximo ano – uma duração de 20 meses. A situação intensifica os transtornos diários enfrentados por moradores e trabalhadores que dependem da ponte.

No fim do primeiro semestre deste ano, a obra estava cerca de 35% concluída. A Ponte Presidente Costa e Silva, conhecida também como Ponte Velha, segue com o sentido Igapó/Centro bloqueado. Como o canteiro de obras está instalado na pista do sentido contrário, apenas um dos lados da ponte está liberado com duas faixas funcionando. Vale ressaltar que permanece a restrição de passagem para veículos de passeio das 6h às 8h, para priorizar o transporte público. A fiscalização é feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que já aplicou 4 mil multas no primeiro semestre deste ano.

Jonathan de Lima, 42 anos, motorista de aplicativo, reclama do tempo perdido ao tentar atravessar a ponte e diz que a demora tem impacto direto na profissão. “Em horário de pico, a pessoa fica mais de uma hora parado aqui. Desse jeito é um desperdiço combustível e deixo de pegar corridas que poderiam ser feitas nesse tempo. Por isso que quando dá 17h prefiro nem passar por aqui. É um absurdo essa obra demorar tanto, achei que iria terminar no final do ano, mas vai até maio ainda”, conclui.

Para Filipe Honorato, 19, que trabalha como chapeiro e mora em São Gonçalo do Amarante, a obra tem dificultado a rotina de maneira significativa. “Eu pego essa ponte quase todos os dias, e andar pela cidade ficou muito mais complicado. Quando a gente precisa se deslocar para outras regiões da cidade é sempre muito demorado, complicado. O tempo dentro do ônibus demorou muito por causa do trânsito e é claro que isso afeta diretamente nossa vida”, conta Filipe.

Bruno Barreto, 20, trabalha na construção civil e também enfrenta os impactos da obra diariamente. Ele utiliza o transporte público para se deslocar de São Gonçalo do Amarante até seu emprego em Ponta Negra, na zona Sul de Natal, e, segundo ele, a situação tem piorado. “A gente perde muito tempo na ponte, e o pior é que as obras parecem que não têm fim. Como usuário de ônibus, fico ainda mais preso no trânsito e acaba atrasando direto a vida da pessoa”, diz Barreto.
A situação também prejudica os negócios ao longo da região. Andrey Varela, 31, trabalha como vendedor em uma loja de carros próxima à ponte e relata queda no movimento após os bloqueios da via. “O impacto no negócio foi grande. Tivemos uma queda expressiva nas vendas presenciais, porque as pessoas evitam passar por aqui. A solução foi reforçar o atendimento online. A gente cobra mais rapidez na obra porque todo mundo vai sair ganhando”, relata o profissional.

A obra tem um orçamento de R$ 20,8 milhões, com recursos oriundos do Orçamento Geral da União. As intervenções incluem a restauração e o reforço de estacas, blocos e pilares; demolição de estruturas deterioradas; substituição asfáltica e de aparelhos de apoio; reforço de vigas, recuperação de barreiras de refúgio da ponte ferroviária e da passagem dos pedestres e guarda-corpos, dentre outros. A Ponte de Igapó, com 600 metros de extensão, nunca passou por uma reparação desde a construção de suas duas partes – uma em 1970 e outra em 1985.

Tribuna do Norte.

Jornalista | Palestrante | Assessora de Comunicação | Consultora em Gestão de Crise de Comunicação | Apresentadora de rádio e televisão.

Faça Login ou Cadastre-se no site para comentar essa publicação.

0 Comentários