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Segundo a Defesa Civil do Município, lagoas de Santarém e de Neópolis não suportaram o volume das chuvas
As chuvas que caíram em Natal na semana passada trouxeram para moradores de regiões próximas a lagoas de captação uma antiga preocupação: o risco de transbordamento. De acordo com a Defesa Civil do Município, na manhã da sexta-feira (17), as lagoas de Santarém, na zona Norte e de Neópolis (próxima ao antigo Makro) não suportaram o volume de chuvas e sofreram transbordamentos. A Seinfra explicou que o sistema de bombeamento do equipamento em Neópolis estava comprometido por causa do furto de cabos de energia. Em Santarém, as redes de esgoto clandestinas causam o problema.
A pasta disse que tem executado a limpeza nos locais conforme cronograma próprio, com base em uma decisão judicial fruto de uma acordo com o Ministério Público, que prioriza lagoas em situações mais urgentes. Em Santarém, segundo o titular da Seinfra, Carlson Gomes, já havia sido feito o trabalho de limpeza do fundo da lagoa neste ano. “Mas o maior problema ali é a águas servida, que permanece o ano todo, uma vez que a Caern ainda não finalizou os serviços de saneamento na zona Norte”, disse o secretário.
“Na Lagoa do Makro, o transbordamento se deu em virtude dos cabos das bombas que tinham sido roubados. A situação foi a mesma na São Conrado, em Nova Descoberta, mas lá não houve extravasamento. Os cabos, no entanto, já foram recompostos”, completou Carlson Gomes. Na lagoa de Santarém, uma obra promete ampliar a capacidade do equipamento em 50%. Os serviços começaram há cerca de um mês e devem ser concluídos em outubro deste ano, com investimentos da ordem de R$ 5 milhões.
Além da ampliação da capacidade de vazão, toda a área será urbanizada, com a construção de quadra de esporte e de skate, praça e playground. Adriana Matias, que mora próximo ao local há 32 anos, diz que espera ansiosa pela obra, na expectativa de encerrar os problemas provocados toda vez que chove. Segundo a dona de casa, na semana passada, a água que transbordou chegou a invadir a residência dela, mas não houve perdas de móveis ou eletrodomésticos. “A água subiu uns 60 centímetros, um nível menor do que na última grande chuva, em novembro do ano passado. De todo modo, os transtornos aconteceram, porque a gente não conseguiu dormir. Sem contar que fica sempre o receio pela próxima vez”, pontua.
Adriana conta que as ligações clandestinas na rede de esgoto são o principal problema do transbordamento. “O saneamento não funciona. Metade da água que a gente vê é servida. Se não fosse isso, essa lagoa já estaria seca, porque tem duas bombas puxando a água”, afirma ela. José Ivanilson, que também mora perto da lagoa, desabafa sobre o medo de ter a casa invadida quando chove.
“Dessa vez foi por um fio. Fiz uma rampa de quase um metro na porta de casa para me proteger. Na semana passada, bem na hora que a água ultrapassou a rampa, parou de chover, graças a Deus”, comentou. A Defesa Civil do Município foi questionada sobre a quantidade de lagoas com maior vulnerabilidade para transbordamento. O órgão respondeu que a “suscetibilidade pode variar de acordo com a intensidade das chuvas”.
O órgão acrescentou que “costuma monitorar com mais atenção as lagoas de Santarém e Sarney, devido ao histórico de transbordamento nessas áreas. Nosso monitoramento é contínuo e adaptável às condições climáticas”. Ainda de acordo com a Defesa Civil, chegou ao órgão na sexta-feira a informação de que a a lagoa do Sarney havia transbordado. Uma equipe foi ao local e constatou que o nível da água estava alto, mas não houve estrangulamento.
Tribuna do Norte.
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